As autoridades da Malásia estão colocando em prática uma intensa operação para localizar um grupo de mineradores de Bitcoin que desviou cerca de US$ 1,1 bilhão em eletricidade. Esse roubo de energia afetou principalmente a Tenaga Nasional Berhad, a empresa estatal de energia, que descobriu que esses mineradores se conectaram de forma não autorizada às infraestruturas elétricas do país.
No dia 19 de novembro, o governo formou uma força-tarefa com profissionais de várias áreas, como o Ministério das Finanças e o Banco Negara, além da própria estatal de eletricidade. O grupo é liderado por Akmal Nasrullah Mohd Nasir, que é o ministro de Transição Energética e Transformação da Água. Essa união de esforços mostra a seriedade com que a Malásia está tratando a situação.
O ministro destacou que os danos vão além das questões financeiras. As operações clandestinas de mineração criam riscos para toda a infraestrutura energética, potencializando a instabilidade da rede elétrica. Na reunião da força-tarefa, ocorrida em 25 de novembro, discutiu-se até a possibilidade de proibir completamente a mineração de Bitcoin no país.
As estratégias utilizadas para identificar os responsáveis pelo roubo são bem avançadas. As autoridades estão empregando drones equipados com câmeras térmicas para detectar pontos de calor incomuns, além de equipes no solo utilizando sensores portáteis que ajudam a identificar padrões de consumo elétrico atípicos. No entanto, alguns mineradores estão tentando se esquivar dessas investigações, usando escudos térmicos em seus equipamentos para disfarçar as emissões de calor.
A situação é preocupante: nos últimos cinco anos, a Malásia registrou cerca de 14 mil operações ilegais de mineração de Bitcoin. Desde outubro, as autoridades já identificaram 3 mil casos de roubo de energia diretamente ligados a essas atividades.
